Texto elaborado por
André Felipe P. Furtado de Mendonça e Menezes, Acadêmico eleito para a Cadeira
nº 6 da ACLA, cujo patrono é o homenageado.
José Augusto Meira Dantas nasceu no dia 11 de dezembro de 1873, em Ceará-Mirim,
no Engenho Diamante. Era filho de Olyntho José Meira e de Maria Generosa
Ribeiro Dantas, filha do Barão de Mipibu, o major Miguel Ribeiro Dantas,
proprietário do Diamante.
Augusto Meira cresceu no Engenho Jericó, pertencente ao seu pai, que o iniciou
nos estudos primários. Fez os exames finais no Colégio Atheneu, em Natal.
Ingressou na Faculdade de Direito de Recife, em 1895, e concluiu o curso em
1899, tendo sido laureado.
Retornou a Ceará-Mirim em 1900. No mesmo ano foi nomeado delegado de polícia no
Rio de Janeiro. Em 1903, mudou-se para o Pará. Foi promotor de justiça em
Santarém e em Belém. Em 1908, foi aprovado no concurso da Faculdade de Direito
do Pará, para a vaga de professor de direito penal.
Dr. Augusto Meira teve longa vida política, sempre pela Estado do Pará. Foi
deputado estadual de 1912 a 1930, totalizando quatro legislaturas. Em 1947,
retornou à política, ocasião em que foi eleito senador, função que exerceu até
1951. Ainda, foi deputado federal entre 1951 a 1954. Na tribuna do Congresso
Nacional, foi contra a internacionalização da Amazônia. À sua voz, somou-se a
do deputado federal mineiro Artur Bernardes, ex-Presidente da República, pela
defesa dos interesses da nossa floresta.
No campo da literatura, Augusto Meira se destacou como escritor de livros de
direito e de poesias. Sua principal obra, Brasileis, de 1923, é de estilo
épico, composta de 14 cantos que contam a história brasileira, desde antes dos
portugueses até a Guerra do Paraguai.
Apesar de sua vida pública estar toda voltada ao Pará, Augusto Meira mantinha
seus laços afetivos com Ceará-Mirim, vindo visitá-la todos os anos. Nutrindo
esse sentimento de carinho com a sua terra natal, escreveu a letra do Hino do
Rio Grande do Norte. Com seu estilo épico, imprimiu nos versos do hino a saga
do povo potiguar, como o período de dominação holandesa e a figura de Padre
Miguelinho, sem esquecer, claro, sua ligação com a Amazônia. Também escreveu outros
hinos, como o do Tricentenário da Fundação de Belém, além de versões que não
vingaram para o Hino Nacional e o Hino à Bandeira.
Ajudou a fundar a Academia Paraense de Letras, onde ocupou a Cadeira de nº 33,
cujo patrono é o seu pai, Olyntho Meira. Na Academia Ceará-mirinense de Letras
e Artes, Augusto Meira é o patrono da Cadeira nº 6.
Em Ceará-Mirim, a Escola Municipal Dr. Augusto Meira imortaliza o seu nome na
história da cidade. José Augusto Meira Dantas foi casado com Anésia de Bastos
Meira, neta do Barão de Santarém, com quem teve nove filhos. Faleceu no dia 24
de março de 1964, aos 90 anos, em Belém.
Novenil Barros, André Felipe Pignataro, Danyel Freire e outras 5 pessoas
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FONTE - SITE ACADEMIA CEARÁ-MIRINENSE DE LETRAS E ARTES “PEDRO SIMÕES NETO”